A vida humana, assim como a de todos os seres vivos depende da água.
Mas a nossa dependência da água vai 
além das necessidades biológicas: precisamos dela para limpar as nossas 
casas, lavar as nossas roupas e o nosso corpo. E mais: para limpar 
máquinas e equipamentos, irrigar plantações, dissolver produtos 
químicos, criar novas substâncias, gerar energia.
É aí que está o perigo: a atividade 
humana muitas vezes comprometa a qualidade da água. Casas e indústrias 
podem despejar em rios e mares substâncias que prejudicam a nossa saúde.
 Por isso, escolher bem a água que bebemos e proteger rios, lagos e 
mares são cuidados essenciais à vida no planeta.
Água potável
A água potável é aquela popularmente chamada água pura. Para ser bebida por nós, a água deve ser incolor, insípida (sem sabor) e inodora
 (sem cheiro). Ela deve estar livre de materiais tóxicos e 
microorganismos, como bactérias, protozoários etc., que são 
prejudiciais, mas deve conter sais minerais em quantidade necessária à nossa saúde.
A água potável é encontrada em pequena 
quantidade no nosso planeta e não está disponível infinitamente. Por ser
 um recurso limitado, o seu consumo deve ser planejado.
Fontes de poluição da água 
A água pode conter barro, areia e outras impurezas. Um grande perigo de contaminação da água está, por exemplo, na presença de produtos químicos tóxicos ou microorganismos que tornam a água poluída. 
Há varias fontes de poluição, como veremos a seguir.
A consequência da falta de tratamento de esgoto
O grande número de dejetos dos 
populosos núcleos residenciais, descarregado em córregos, rios e mares 
provoca a poluição e a contaminação das águas. Febre tifóide, hepatite, 
cólera e muitas verminoses são doenças transmitidas por essas águas.
Há rios como o Tietê e o Guaíba - em 
cujas margens surgiram a cidade de São Paulo e Porto Alegre - que já 
estão comprometidos. Além desses, há vários rios expostos à degradação 
ambiental.
Tietê em obras em São Paulo para retirada de lixo depositado.
A mineração, a extração e o transporte de petróleo
Atividades econômicas importantes têm 
causado inúmeros acidentes ecológicos graves. O petróleo extraído dos 
mares e os metais ditos pesados usados na mineração (por exemplo, o 
mercúrio, no Pantanal), lançados na água por acidente, ou negligência, 
têm provocado a poluição das águas com prejuízos ambientais, muitas 
vezes irreversíveis.
Derramamento de petróleo ocorrido na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, Jun. 2000
A poluição causada pelas indústrias
Mesmo havendo leis que proíbam, muitas indústrias, continuam a lançar resíduos tóxicos em grande quantidade nos rios.
Na superfície da água, é comum 
formar-se uma pequena espuma ácida, que, dependendo da fonte de 
poluição, pode ser composta principalmente de chumbo e mercúrio.
 Essa espuma pode causar a mortandade da flora e da fauna desses rios. E
 esses agentes poluidores contaminam também o organismo de quem consome 
peixes ou quaisquer outros produtos dessas águas. 
Acidente no rio dos Sinos onde milhares de peixes morreram pela contaminação do rio com dejetos químicos lançados pelas empresas, Rio Grande do Sul, outubro, 2006.
As estações de tratamento da água 
Muitas casas das grandes cidades 
recebem água encanada, vinda de rios ou represas. Essa água é submetida a
 tratamentos especiais para eliminar as impurezas e os micróbios que 
prejudicam a saúde.
Primeiramente, a água do rio ou da 
represa é levada através de canos grossos, chamados adutoras, para 
estações de tratamento de água. Depois de purificada, a água é levada 
para grandes reservatórios e daí é distribuída para as casas. 
Na estação de tratamento, a água passa por tanques de cimento e recebe produtos como o sulfato de alumínio e o hidróxido de cálcio (cal hidratada).
 Essas substâncias fazem as partículas finas de areia e  de argila 
presentes na água se juntarem, formando partículas maiores, os flocos. 
Esse processo é chamado floculação. Como essas partículas são maiores e mais pesadas, elas vão se depositando aos poucos no fundo de outro tanque, o tanque de decantação. Desse modo, algumas impurezas sólidas da água ficam retidas.
Após algumas horas no tanque de 
decantação, a água que fica por cima das impurezas, e que está mais 
limpa, passa por um filtro formado por várias camadas de pequenas pedras
 (cascalho) e areias. À medida que a água vai passando pelo filtro, as 
partículas de areia ou de argila que não se depositaram vão ficando 
presas nos espaços entre os grãos de areia. Parte dos micróbios também 
fica presa nos filtros. É a etapa conhecida como filtração.
Mas nem todos os micróbios que podem 
causar doenças se depositam no fundo do tanque ou são retidos pelo 
filtro. Por isso, a água recebe produtos contendo o elemento cloro, que mata os micróbios (cloração), e o flúor, um mineral importante para a formação dos dentes.
A água é então levada através de encanamentos subterrâneos para as casas ou os edifícios. 
Mesmo quem recebe água da estação de 
tratamento deve filtrá-la para o consumo. Isso porque pode haver 
contaminação nas caixas d'água dos edifícios ou das casas ou 
infiltrações nos canos. As caixas-d'água devem ficar sempre bem tampadas
 e ser limpas pelo menos a cada seis meses. Além disso, em certas 
épocas, quando o risco de doenças transmitidas pela água aumenta, é 
necessário tomar cuidados adicionais.
Quando não há estação de tratamento
Nos locais em que não há estações de 
tratamento, a água é obtida diretamente de rios, lagos, nascentes, 
represas ou poços. Mas, nesses casos, a água pode estar contaminada por 
micróbios e poluentes e são necessários alguns cuidados.
O poço mais comum é o poço raso, que 
obtém água a 20 metros de profundidade, no máximo. Ele deve ser 
construído longe das fontes de poluição e contaminação, ficando, por 
exemplo, a pelo menos 25 metros da fossa onde as fezes e os resíduos da 
casa são despejados. Deve ter uma tampa impermeável (uma laje de 
concreto armado) e uma abertura a pelo menos 20 centímetros acima do 
solo, para protegê-lo contra a entrada de águas que escorrem pela 
superfície do solo.
É preciso também que os primeiros três 
metros do poço sejam impermeáveis à água da chuva que cai na superfície 
do terreno. A água que se infiltra a mais de três metros e que entra no 
poço já sofreu um processo natural de filtração ao atravessar o solo.
É importante garantir que a água do 
poço ou de outras fontes não esteja contaminada por micróbios. O ideal é
 que ela seja analisada periodicamente por um laboratório, para 
verificar seu estado de pureza. Se isso não for possível, a água que se 
bebe, bem como a que é usada para lavar pratos e talheres, deve ser 
filtrada e tratada. A água deve ser fervida por pelos menos 15 minutos 
ou tratada com cloro (siga bem a instruções do fabricante, pois cloro em
 excesso pode causar envenenamento). Antes de tratar a água com cloro, 
porém, devemos filtrá-la, já que os ovos de vermes, por exemplo, não são
 destruídos pelo cloro, mas podem ser removidos pela filtração. 
Existem também poços artesianos,
 construídos com equipamento especial, que furam a terra e tiram a água 
de lençóis subterrâneos mais profundos. Esses lençóis estão situados em 
espaços existentes entre rochas pouco permeáveis, geralmente a mais de 
100 metros de profundidade. A água dos poços artesianos costuma estar 
limpa, mas deve-se também mandar analisá-la em laboratório.
O destino da água utilizada
Para onde vai a água depois de 
utilizada em lavagens de roupas, banho, ou descarga de banheiros e 
outras atividades de uso doméstico?
O destino da água que foi utilizada é um grande problema de saneamento básico e que não está bem solucionado em muitas regiões do Brasil. 
Em pequenas comunidades, esse problema 
relativo ao tratamento da água utilizada pode ser resolvido ou 
minimizado com fossas sépticas e sumidouro.
Nas regiões mais populosas, entretanto,
 exige-se uma solução mais complexa. Isso ocorre porque, mesmo para um 
pequeno prédio com dez apartamentos, a fossa séptica e o sumidouro, em 
geral, não são suficientes para absorver a água consumida por esses 
moradores. Imagine, então, uma grande cidade repleta de arranha-céus.
Nesses casos, utilizam-se redes de esgoto.
O Tratamento de Esgoto
Ao chegar à estação de tratamento, o 
esgoto passa por grades de metal que separam objetos (como plástico, 
latas, tecidos, papéis, vidros etc.) da matéria orgânica, da areia e de 
outros tipos de partículas.
O esgoto passa, lentamente, por grandes tanques, a fim de que a areia e as outras partículas se depositem.
O lodo com a matéria orgânica pode seguir para um equipamento chamado biodigestor, onde sofre ação decompositora das bactérias. Nesse processo, há desprendimento de gases, entre eles o metano, que pode ser utilizado como combustível.
A parte líquida, que ficou acima do 
lodo, também é atacada por bactérias, pois ainda apresenta matéria 
orgânica dissolvida, essa parte é agitada por grandes hélices, que 
garantem a oxigenação da água. Também podem ser utilizados para essa 
oxigenação bombas de ar ou mesmo certos tipos de algas, que produzirão o
 oxigênio na fotossíntese.
Só depois desse tratamento, o esgoto pode ser lançado em rios, lagos ou mares.
A água já utilizada, após o tratamento 
retorna ao meio ambiente com seu efeito poluente diminuído. Caso 
contrário, pode causar grave contaminação da água e, assim, riscos à 
população que dela se utiliza.
A falta de tratamento de esgoto pode 
provocar a contaminação do solo e da água, contribuindo para a 
proliferação de várias doenças. Muitas dessas doenças podem levar a 
morte muitas crianças, principalmente no seu primeiro ano de vida. 
Assim, garantir o tratamento de esgoto em todo o Brasil é uma meta a ser
 alcançada na busca de saúde e qualidade de vida da população.
Doenças transmitidas pela água
A falta de água potável e de esgoto tratado facilita a
 transmissão de doenças que, calcula-se, provocam cerca de 30 mil mortes
 diariamente no mundo. A maioria delas acontece entre crianças, 
principalmente as de classes mais pobres, que morrem desidratadas, 
vítimas de diarréia causadas por micróbios. No Brasil, infelizmente mais
 de 3 milhões de famílias não recebem água tratada e um número de casas 
duas vezes e meia maior que esse não tem esgoto. Isso é muito grave.
Estima-se que o acesso à água limpa e ao esgoto reduziria em pelo menos um quinto a mortalidade infantil. 
Para evitar doenças transmitidas pela água devemos tomar os seguintes cuidados:
- Proteger açudes e poços utilizados para o abastecimento;
- tratar a água eliminando micróbios e impurezas nocivas a saúde humana;
- filtrar e ferver a água;
- não lavar alimentos que serão consumidos crus com água não tratada como verduras, frutas e hortaliças.
As principais doenças transmitidas pela água são:
Se a pessoa vai 
muitas vezes ao banheiro e as fezes saem líquidas ou muito moles, ela 
pode estar com diarréia. A diarréia pode ser provocada por micróbios 
adquiridos pela comida ou água contaminadas.
As diarréias leves 
quase sempre acabam sozinhas. No entanto, é preciso beber líquidos para 
evitar a desidratação, que é muito perigosa.
Uma criança com 
diarréia precisa continuar a ser amamentada ou continuar com a 
alimentação. Às crianças que já comem alimentos sólidos devem ser 
oferecidas misturas bem amassadas de cereais e feijão ou carne bem 
cozidos, por exemplo. Depois de a diarréia passar, é bom dar a ela uma 
alimentação extra, para ajudar na recuperação.
Crianças e idosos 
correm maior risco de desidratação. Por isso, é importante tomar também 
os sais de reidratação oral, fornecidos pelos postos de saúde. Eles 
devem ser misturados em água, na quantidade indicada na embalagem.
Na falta desses sais, podemos preparar e oferecer o soro caseiro. Assim: num copo com água fervida ou filtrada, dissolvemos uma pitada de sal e duas colheres de chá de açúcar.
Originária da Ásia, mais precisamente 
da Índia e de Bangladesh, a cólera se espalhou para outros continentes a
 partir de 1817. Chegou ao Brasil no ano de 1885, invadindo os estados 
do Amazonas, Bahia, Pará e Rio de Janeiro. Em 1893 a doença chegou a São
 Paulo, alastrando-se tanto na capital quanto no interior do estado. No 
entanto, no final do século XIX, o governo brasileiro declarava a doença
 erradicava de todo o país. Cerca de um século depois, em abril de 1991,
 a cólera chegou novamente ao Brasil. Vindo o Peru, fez sua primeira 
vítima na cidade de Tabatinga, Amazonas.
| 
 A
 cólera é uma doença infecciosa que ataca o intestino dos seres humanos.
 A bactéria que a provoca foi descoberta por Robert Koch em 1884 e, 
posteriormente, recebeu o nome de Vibrio cholerae.
 Ao infectar o intestino humano, essa bactéria faz com que o organismo 
elimine uma grande quantidade de água e sais minerais, acarretando séria
 desidratação. A bactéria da cólera pode ficar incubada de um a quatro 
dias.  
Quando a doença se manifesta, apresenta os seguintes sintomas: náuseas
 e vômitos; cólicas abdominais; diarréia abundante, esbranquiçada como 
água de arroz, podendo ocasionar a perda de até um litro de água por 
hora e cãibras. | 
A cólera é transmitida principalmente pela água e por
 alimentos contaminados. Quanto o vibrião é ingerido, instala-se no 
intestino do homem. Esta bactéria libera uma substância tóxica, que 
altera o funcionamento normal das células intestinais. Surgem, então, a 
diarréia e o vômito. 
Os casos de cólera podem ser fatais, se o diagnóstico
 não for rápido e o doente não receber tratamento correto. O tratamento 
deve ser feito com acompanhamento médico, usando-se antibióticos para 
combater a infecção e medicamentos para combater a diarréia e prevenir a
 desidratação. A prevenção da cólera pode ser feita através de vacina e 
principalmente através de medidas de higiene e saneamento básico. A 
vacinação é de responsabilidade do governo. No caso da cólera, não há 
garantia de que todas as pessoas vacinadas fiquem imunes à doença. 
Estima-se que a vacina existente tenha um grau de eficácia inferior a 
50%.
Leptospirose
A leptospirose é uma doença bacteriana,
 que afeta humanos e animais, causada pela bactéria do gênero 
Leptospira. É transmitida pela água e alimentos contaminados pela urinas
 de animais, principalmente o rato. É uma doença muito comum depois de enchentes, pois as pessoas andam sem proteção em águas contaminadas. 
Em humanos a leptospirose causa uma 
vasta gama de sintomas, sendo que algumas pessoas infectadas podem não 
ter sintoma algum. Os sintomas da leptospirose incluem febre alta, dor 
de cabeça forte, calafrio, dor muscular e vômito. A doença também pode 
causar os seguintes sintomas: olhos e pele amarelada, olhos vermelhos, 
dor abdominal, diarréia e erupções na pele. Se a leptospirose não for 
tratada, o paciente pode sofrer danos nos rins, meningite (inflamação na
 membrana ao redor do cérebro e cordão espinhal), falha nos rins e 
problemas respiratórios. E raras ocasiões a leptospirose pode ser fatal.
 Muitos desses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, de 
modo que a leptospirose é confirmada através de testes laboratoriais de 
sangue ou urina.
Hepatite
| 
É uma inflamação no fígado que pode ser provocada por vários tipos de vírus.
 Os sintomas são parecidos com os da gripe e há também icterícia 
(coloração amarelada da pele causada pelo depósito de uma substância 
produzida pelo fígado). A pessoa precisa ficar em repouso e seguir as 
orientações médicas.  
Algumas formas de hepatite são transmitidas por água e alimentos contaminados por fezes (Tipo A e E). Outros tipos são transmitidos por transfusão de sangue (B, C) ou por relações sexuais.  
Quem já teve hepatite não pode doar sangue, já que o vírus às vezes continua no organismo, mesmo que não haja sintomas da doença. | 
Para algumas formas de hepatite (A e B) há uma vacina que pode ser aplicada em crianças e adultos 
Esquistossomose
É também chamada Xistosa, ou doença do caramujo. Ela é provocada por um verme chamado esquistossomo.
 Os vermes vivem nas veias do intestino e podem provocar diarréia, 
emagrecimento, dores na barriga, que aumenta muito de volume 
(barriga-d'água), e problemas em vários órgãos do corpo.
Os ovos do esquitossomo saem junto com 
as fezes da pessoa contaminada. Se não houver fossa ou rede de esgotos, 
eles podem chegar a água doce (lagos, lagoas ou riachos, margens de 
rios, etc). Na água, os ovos dão origem a pequenas larvas (animais 
diferentes dos vermes adultos) chamados miracídios. As larvas penetram 
em um tipo de caramujo chamado planorbídeo. No interior do caramujo, 
elas se reproduzem e se transformam em outras larvas, as cercárias, que 
saem do caramujo e ficam nadando livres na água.
A cercária pode 
penetrar, através da pele, nas pessoas que usam a água de lagos, lagoas,
 riachos e outros locais para tomar banho, lavar roupa, trabalhar, 
pescar ou outras atividades.
Além de tratar o doente com 
medicamentos, é necessário instalar um sistema de esgotos para impedir 
que os ovos atinjam a água. As pessoas precisam também ter acesso a água
 de boa qualidade e ser informadas sobre as formas de transmissão da 
doença.
É preciso também combater o caramujo 
que transmite a esquistossomose com produtos químicos e com a criação de
 peixes que se alimentam do caramujo, como a tilápia, o tambaqui e o 
piau. Esses peixes podem ser consumidos pelas pessoas sem risco de 
contaminação. 
Água, mosquitos e doenças
Muitos mosquitos põem ovos na água parada. Dos ovos saem larvas, que depois se tornam mosquitos adultos. 
Uma forma de combater as doenças 
transmitidas por mosquitos é justamente evitar o acúmulo de água parada 
em vasos de plantas, latas vazias, pneus velhos, garrafas, etc. 
Caixas-d'água, tanques e outros reservatórios devem ficar sempre 
tampados.
Veja a seguir algumas doenças transmitidas por mosquitos.
A dengue é uma das 
maiores preocupações em relação a doenças infecciosas atualmente no 
Brasil. O Estado de São Paulo registrou a ocorrência de 78.614 casos 
autóctones (adquiridos no próprio Estado) de dengue, em 358 municípios, 
entre janeiro e outubro de 2007, com considerável expansão da doença 
para novas áreas. Durante todo o ano de 2006 foram registrados 50.021 
casos em 254 municípios. Atualmente, temos 508 municípios infestados com
 o Aedes aegypti, excluindo-se apenas alguns municípios do Vale do Ribeira e do Paraíba e das Regiões Metropolitanas de São Paulo e de Campinas.
O que é dengue?
É uma virose transmitida por um tipo de mosquito (Aedes aegypti)
 que pica apenas durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), 
que pica de noite. A infecção pode ser causada por qualquer um dos 
quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus da dengue, que produzem as mesmas 
manifestações. Em geral, o início é súbito com febre alta, dor de cabeça
 e muita dor no corpo. É comum a sensação de intenso cansaço, a falta de
 apetite e, por vezes, náuseas e vômitos. Podem aparecer manchas 
vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou da rubéola, e prurido 
(coceira) no corpo. Pode ocorrer, às vezes, algum tipo de sangramento 
(em geral no nariz ou nas gengivas). A dengue não é transmitida 
diretamente de uma pessoa para outra.
Febre amarela 
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um flavivírus (o vírus da febre amarela),
 para a qual está disponível uma vacina altamente eficaz. A doença é 
transmitida por mosquitos e ocorre exclusivamente na América Central, na
 América do Sul e na África. No Brasil, a febre amarela é geralmente adquirida quando uma pessoa não vacinada entra em áreas de transmissão silvestre (regiões de cerrado, florestas). Uma pessoa não transmite febre amarela
 diretamente para outra. Para que isto ocorra, é necessário que o 
mosquito pique uma pessoa infectada e, após o vírus ter se multiplicado,
 pique um indivíduo que ainda não teve a doença e não tenha sido 
vacinado. 
| A transmissão da febre amarela em área silvestre é feita por intermédio de mosquitos do gênero (principalmente) Haemagogus. O ciclo do vírus em áreas silvestres é mantido através da infecção de macacos e da transmissão transovariana (passado de mosquito para os seus descendentes, filhos) no próprio mosquito. A infecção humana ocorre quando uma pessoa não imunizada entra em áreas de cerrado ou de florestas. Uma vez infectada, a pessoa pode, ao retornar, servir como fonte de infecção para o Aedes aegypti, que então pode iniciar a transmissão da febre amarela em área urbana. Uma pessoa pode ser fonte de infecção para o mosquito desde imediatamente antes de surgirem os sintomas até o quinto dia da infecção. | 
O Aedes aegypti torna-se capaz de transmitir o vírus da febre amarela 9 a 12 dias após ter picado uma pessoa infectada. No Brasil, a transmissão da febre amarela em áreas urbanas não
 ocorre desde 1942. Em áreas de fronteiras de desenvolvimento agrícola, 
pode haver uma adaptação do transmissor silvestre ao novo habitat e ocorre a conseqüente possibilidade de transmissão da febre amarela em  áreas rurais ("intermediária"). 
Malária
Malária ou paludismo, entre outras designações, é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles.
A malária mata 3 milhões de pessoas por
 ano, uma taxa só comparável à da SIDA/AIDS, e afeta mais de 500 milhões
 de pessoas todos os anos. É a principal parasitose tropical e uma das 
mais freqüentes causas de morte em crianças nesses países: (mata um 
milhão de crianças com menos de 5 anos a cada ano). Segundo a OMS, a 
malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças 
que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm 
dificuldades de aprendizagem.
| 
A malária é transmitida pela picada das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles.
 A transmissão geralmente ocorre em regiões rurais e semi-rurais, mas 
pode ocorrer em áreas urbanas, principalmente em periferias. Em cidades 
situadas em locais cuja altitude seja superior a 1500 metros, no 
entanto, o risco de aquisição de malária é pequeno. Os mosquitos têm 
maior atividade durante o período da noite, do crepúsculo ao amanhecer. 
Contaminam-se ao picar os portadores da doença, tornando-se o principal 
vetor de transmissão desta para outras pessoas. O risco maior de 
aquisição de malária é no interior das habitações, embora a transmissão 
também possa ocorrer ao ar livre.  | 
O mosquito da malária só sobrevive em 
áreas que apresentem médias das temperaturas mínimas superiores a 15°C, e
 só atinge número suficiente de indivíduos para a transmissão da doença 
em regiões onde as temperaturas médias sejam cerca de 20-30°C, e umidade
 alta. Só os mosquitos fêmeas picam o homem e alimentam-se de sangue. Os
 machos vivem de seivas de plantas. As larvas se desenvolvem em águas 
paradas, e a prevalência máxima ocorre durante as estações com chuva 
abundante.
 
 
muitos interesantes
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